terça-feira, 21 de outubro de 2014

Escambo



É engraçado como a idade nos deixa dissimulados. Quando mais jovem, eu chorava tão fácil. Hoje, não cai nenhuma lágrima, mas sinto como se eu tivesse engolido um bicho que está neste momento comendo minhas entranhas...sinto ele mexendo, gritando, me dilacerando e aqui eu continuo, sem emitir um único ruido, dentro da minha normalidade totalmente dissimulada. Poderia surtar, mas vou apenas sorrir .

Tenho quase certeza que é orgulho que não me faz mexer um musculo. Por tras da minha indiferença existe uma tristeza quase palpavel, mas é necessário continuar. O mundo não para para vc poder colar seus pedaços. A vida segue e o tempo urge ... e este gosto de lágrimas vai passar. 

sábado, 10 de maio de 2014

Dia das Mães

Fazem mais de um ano que eu não entro neste blog. Lendo as postagens, acho graça da leveza que as coisas tinham. As vezes acho que os problemas ficam maiores conforme vamos ficando mais velhos,  mas depois, concluo que a vida não fica mais fácil, os problemas também não ficam mais fáceis, são os cenários que mudam.

Amanhã é dia das mães e por mais que eu tenha tentado ficar alheia a data, sinto um aperto no coração em pensar que é mais um ano sem uma das figuras mais importantes da minha vida: minha mãe.

Eu e minha mãe brigamos por muitos anos. Brigamos por ser diferentes, por termos visões diferentes, mas sempre nos amamos, apesar disto não estar as vezes muito claro uma para a outra. Os últimos anos antes dela falecer foram os melhores que passamos juntas. E foi uma ironia que nos uniu: o fim do meu noivado. Minha mãe sonhava para mim uma vida de casamento e filhos e quando terminou meu noivado e que seria a ruina dos sonhos dela (digo os dela, por que casar sempre foi uma incógnita para mim), foi a hora que ela mais me apoiou e isso foi um divisor de aguas na nossa história. Ela me apoiou no momento que mais precisei, mesmo que isso fosse abdicar do que ela achava certo.

Minha mãe sempre foi uma mulher forte e assim foi, até o final dos seus dias. A leucemia fulminante, que rapidamente a fez definhar e ir embora, nunca conseguiu arrancar lamentos ou pragas. Minha mãe se resignou, teve fé de se curar até o ultimo minuto. Eu estive ao lado dela por todo tempo, acompanhei toda sua saga e disso tirei a maior lição que tive na vida. O período que ela ficou doente, foram os mais difíceis da minha vida. O sentimento de impotência, de ver a vida a cada dia se esvaindo, o tempo para a morte sendo esvaído como se fosse uma ampulheta de contagem regressiva, foi devastador. Você não consegue mais olhar a vida com os mesmos olhos.

Hoje, véspera do dia das mães, aproveitei para sair e comprar coisas para minha casa. Vi as pessoas se acotovelando para comprar presentes e senti um aperto enorme. Minha mãe não estava lá para acompanhar as mudanças da minha vida, a realização dos meus sonhos, o futuro que estava por vir. Quando você se ve sem mãe, você se sente desamparado, por que mãe é a única pessoa no mundo que vai te amar além e apesar de tudo.

Desde que ela se foi, sinto como se eu tivesse mudado muito. Eu sempre fui inconsequente, mimada e talvez a sensação de desamparo, tenha me trago um maior senso de responsabilidade, que me acabou por sua vez, me fazendo crescer e dar novos passos. Hoje, consigo também perceber que até o rompimento dos laços com a minha mãe, me fez crescer, assim como nossas brigas, nossos embates, ela sempre me fez crescer e ser quem sou.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Fim de um Mundo

Terminar um namoro,  é o fim do mundo? Sim, é meio "o fim do mundo". O fim de um mundo. O fim do mundo de duas pessoas.

Por mais que tenha partido de mim a separação, é impossivel não sentir o coração partido. Não consegui chorar. Li uma vez que quanto mais velhas as mulheres ficam , menos elas choram. Deve ser isso...ou talvez por que a minha vida está completamente apocaliptica.

Nunca pensei que 2012 seria um ano tão dificil. Com a morte da Angélica, achei que o Tiririca estava certo em dizer que pior que estava não ficaria. Sim, sempre dá para ficar pior. Em agosto, minha mãe foi diagnosticada com leucemia. Sem cura, meses de vida e um relogio imaginario fazendo tic tac para a morte inevitável. Primeiro o choque, a negação, força, o stress e finalmente, a conformação que para tudo na vida se tem um jeito, menos para a morte.

quando você vê alguem morrendo todos os dias na sua frente, não tem mais como ser a mesma pessoa. Você vive um dia de cada vez, sofre mais, ri mais, tolera mais, tolera menos... você muda completamente, por que se chega a conclusao que não somos nada. Tá vendo esta carinha bonita no espelho? ela nãó é nada. Nós somos o subtreco, do subtroço. Nada passa a ser importante. A vida não é tão colorida quanto parece.

Terminar um namoro é o fim de um mundo. Perder quem a gente ama, é o fim de outro mundo. Mudar de emprego é o fim de outro mundo...a vida vai mudando, e nada será como foi um dia. Nossos mundos mudam diariamente. Então, só nos resta seguir em frente.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Morte e Vida, Severina!

Os gritos de uma mãe inconformada, berrando que nunca mais veria sua filha. Minha amiga Andréa, nunca mais veria sua irmã. Eu nunca mais veria minha amiga.
Eu senti como se um pedaço meu estivesse sendo enterrado com a Angélica. A imaginei sozinha, naquele lugar escuro e então, disse a mim mesma que ela não estava mais ali. E dentro de mim, pedi para que a minha fé em outras vidas, fosse mais do que as nossas esperanças em viver para sempre transformadas em religião para nos confortar. Quis e quero que seja verdade a esperança de nos encontrarmos um outro dia, em um outro lugar, felizes e sem nossas dores.
Quando penso em minha amiga, morta as 30 anos de idade, penso em mim também. Minha amiga tinha vontade de ser amada, de ser feliz, de encontrar um grande amor, de ter filhos. E foi embora sem realizar estes sonhos. Penso em sua mãe, que a tratou com tanto carinho, deu banho, trocou fraldas, ficou feliz com suas primeiras palavras e nunca imaginou que aquela vida seria ceifada tão precocemente. A ordem natural da vida são filhos enterrarem pais e não o contrário.
Eu não consigo pensar na minha amiga e não pensar em mim. Um pedaço de mim foi embora com a Angélica. Me fez pensar nos sonhos que ainda não realizei, no tempo que perdi com pessoas erradas, nas coisas que deixei de fazer por medo, na vida que quero ter e muitas vezes, não sei dar valor.
Amiga, você está na sua casa nova, bem mais bonita que a anterior. Vai demorar um pouquinho, mas vamos nos encontrar e dar risada de tudo isso. Ah! Avisa para Deus que agradeço por tudo que ele tem feito por mim.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Apenas bons amigos

Hoje entendi por que é tão dificil ex casais se manterem amigos. Finais de relacionamentos são sempre marcados por mágoas, palavras não ditas, palavras mal ditas... não conheço nenhum relacionamento que tenha terminado sem deixar no ar um certo constrangimento.

Depois de exatamente um ano, conversei com aquela que foi uma das pessoas que mais gostei na vida. Mesmo tendo uma relação amigável, nosso contato sempre foi superficial e conversar com ele finalmente, me fez ter dimensão sobre como é triste ver o amor se transformar em indiferença.

As palavras foram cordiais, educadas, como se eu falasse com um estranho na fila do banco. E naquela hora eu pensei em como fui feliz quando aquele "estranho" me ligava e dizia que sentia saudades. A voz dele era muito mais agradável quando ele sorria e me dizia coisas bonitas. E ouvindo a nossa conversa, eu ficava me perguntando onde estava a pessoa que eu deixei e então, entendi que o que significa perder alguém.

E na minha aparente indiferença e cordialidade, a minha vontade era dizer que eu sentia muito. E que eu nunca deixei de sentir sua falta e que eu não havia agido da forma que eu agi por falta de gostar, mas sim, por que eu gostava tanto dele, que não podia mais continuar ao seu lado. As palavras dançaram na minha boca, mas eu não tive coragem de dizer nada, por que o tempo tira a relevancia das coisas. Depois de um tempo, algumas coisas perdem o sentido de ser. E eu, na minha covardia, nunca teria coragem de expor o que realmente eu queria dizer.

Infelizmente, eu preciso me convencer a te deixar ir embora definitivamente. Te desejar bem e deixar você ir.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Ano Velho - O ano que eu aprendi a dizer "Não".

2011 foi o ano que aprendi a dizer "Não". Eu sempre fui uma pessoa preocupada com o próximo e principalmente com a opinião alheia e este foi o ano onde eu comecei a me livrar destas amarras.

Não sei se foi rebeldia ou maturidade, mas este foi um ano que a minha vontade prevaleceu. O fato é que em busca da perfeição e da aceitação, nós buscamos nos encaixar nas expectativas do outros, fazendo coisas que contrariam nossa vontade, mas nos deixam dentro daquilo que o outro espera. E o que o outro espera é problema dele e não meu!

Meu relacionamento com um homem casado e logo depois o rompimento, muito por pressão social, me fez ver que as pessoas te cobram milhões de coisas, mas raramente usam o mesmo filtro moral para avaliar suas próprias atitudes. Ou seja, nos apontam os dedos e raramente olham para si. E neste ano, eu aprendi que eu devo ser responsável pelos meus atos, devo arcar e pagar pelas minhas atitudes e que NINGUÉM nunca mais vai colocar o dedo no meu nariz para me julgar. As pessoas que fizeram isto, tirei da minha vida. Quero amigos que me digam a verdade, mas não quero pessoas me usando como escada para se sentir melhores.

Também aprendi que inveja existe, principalmente, das pessoas que nos sao próximas. E que muitas vezes eu me subestimei em vez de admitir que nem todo mundo quer meu bem. E que existem pessoas aproveitadoras. E sinto muito, sou capaz de estender a mão para quem for, mas gente folgada, também não quero mais.

Neste ano, fui mais politica. Me fingi de cega, de desinformada e fui em frente. Tem bobagens que não valem a pena perder tempo. Também senti meu coração encher de saudades e ver que não se podia fazer nada. Senti vontade de dizer mil coisas para uma pessoa, mas depois de um certo tempo, nada faria mais sentido e me senti triste pelo tempo que passou, mas tive consciencia que fazer o certo é as vezes a parte mais dificil e isto define quem somos. E confesso que infelizmente, meu coração ainda está se recuperando.

Neste ano, fiz o que queria. Viajei, conheci pessoas, fiz novos amigos, tive coragem de ir num show de rock sozinha, coloquei meu silicone, beijei muito, fui feliz. Trabalhei muito, me estressei muito, ganhei dinheiro e reconhecimento, pelo menos dos meus colegas de trabalho e clientes e hoje olho no espelho e sei que sou um grande profissional.

A maior lição que tirei de 2011 é que eu é quem digo para os outros quem eles devem ser e não o contrário. Não tenho nada a reclamar, só tenho a agradecer a Deus por ter me dado muita felicidade neste ano.

domingo, 22 de maio de 2011

Hard Day

Eu não consigo entender a lógica do amor. Por que será que a gente sempre quer quem não nos quer? não seria mais fácil se gostassemos de quem gosta da gente? Hoje, terminei com um cara que sabia que adorava. Mas eu não o adorava. Para evitar maiores problemas no futuro, optei por terminar logo, do que faze-lo sofrer depois. O fato é que ele, um cara bonito, inteligente, engraçado, que se mostrava completamente louco por mim, não foi capaz de cativar meu coração. E eu ficava pensando: como eu vou dispensar um cara que é louco por mim? - e sim, eu não fui capaz de gostar dele. Todo aquela atenção, aquela paparicação, para mim, só encheu o meu saco. Eu via as ligações, os montes de emails, sms, etc, como chateação. O engraçado é que eu adoro paparicação, mas... com ele, isso me sufocava, por que via que ele colocava expectativas demais em mim.

O engraçado é que eu me interessei absurdamente por outro cara. E esse cara, não dá a menor bola para mim. Dá para entender? Dá para entender que existe vários homens se jogando em cima de mim e eu só sou capaz de gostar daquele que não gosta de mim? A um tempo atrás, eu estava sofrendo por outro cara que não podia ficar comigo. Se passaram vários homens na minha vida e eu nunca fiz por onde me manter com nenhum. Eu parti para o término da relação com a certeza que seria o melhor a fazer, mas não imaginei que ouviria que eu era incapaz de amar alguém, por isso, estava procurando alguém perfeito. Isso acabou comigo. Por que eu sei que ele tem razão. A minha fobia por relacionamentos me faz sempre ir atrás de homens inacessíveis, relações dificeis e na hora que alguem me propõe tranquilidade...eu fujo.

Talvez, algumas pessoas sejam fadadas a viver sozinhas. A viver curta metragens de amor, em vez de experimentar finais felizes.